sábado, 26 de fevereiro de 2011

Valsa das Luas


             ----- Pra não sentir-me tão azarado, gostaria de beber algo nessa noite linda e aclarada.
 Lança-se indiretamente uma sementinha. Final de agosto. Fim de noite. Aparece da escuridão amenizada pelo brilho típico. Luana estava a arrumar as cadeiras que do seu lugar foram tiradas e recolher dentre garrafas  e copos, o suspiro não identificável que deixara escapar ao escutar a voz vinda de José. Apenas beber, queria. As pessoas restantes iam concluindo a sua saída do local livre de muitas frescuras: apenas um bar feito de barro - e palhas e sustentação - , mesas de madeira, pouco espaço coberto, natural. Pelo ar que trouxera o enigmático sedutor, Luana até sem jeito ficou.
Bebeu.
----- Com esta música a tocar, minha vontade real é dançar, o convite está feito.
Não se ouve ruído nem resposta, nem suspiro que disfarçou-se.
Luana vira-se para José no momento em que, com a pergunta seqüente, ele planeja matar o segundo coelho da única cajadada:
----- Mora por redondezas, moça de nome Setembrina?
Noutra noite do mesmo mês, alegando fome e conhecimento do lugar, José ressurge. Com a boca comendo alimento e com os olhos, Luana, oferece-lhe um papelzinho onde lia-se: “ainda espero pela ocasião na qual vamos bailar, solitariamente, amanhã”. Luana estremece sozinha, lendo o bilhete apenas depois que José retira-se. Sem importância momentânea, nas costas do bilhete: “Solange”. Seguindo-se um endereço que fora visitado à luz do dia.
Esvaziado de almas, a não ser o par que pretende encontrar seus corpos constituintes em uma dança denominada por José como “Valsa das Luas”. Acontece. Dançaram a um som que tornava-se a cada instante maravilhosamente melhor.
Luana apaixona-se.
Sob a lua, cumprido o desejo de José com Luana, ele volta apenas para pegar a última informação necessária: sobre Setembrina. Com os olhos encantados por lembranças, Luana responde o que sabe e depois implica: ----- Como ficamos nós, José?
Sem preocupações notórias ou interiormente guardadas, deixando frustrada Luana e toda a situação, José finaliza: ----- Não existe “nós”, Luana. O tempo nublou e já chegou setembro, eu preciso de lógica.
Deixa Luana entre copos sujos e garrafas vazias, com sede de coerência.

14 comentários:

  1. Sinceramente meus aplausos...

    Texto coerente e envolvente...

    Parabéns

    Estou te seguindo, pois merece!

    http://clarissaeletras.blogspot.com/

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  2. Obrigado, Clarissa.

    Seguir-te-ei, também. :)

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  3. Caracas!
    muito bom mesmo!


    estou te seguindo!

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  4. eii... Gostei do teu blog çç
    to te seguindo...

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  5. cara vc é escreve muiiito bem

    http://diariodealunos.blogspot.com/

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  6. Oi, vi seu comentário lá o blog, já estou te seguindo de volta, e também adorei os textos deste blog. =)

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  7. Muito bom o blog! Meus parabéns meeeeeesmo!
    Seus textos são muito bons! Putz, eu vou estar sempre aqui!
    Pode adicionar uma pessoa no contador de visitas sempre! kkk'

    http://strogonoffcommorangos.blogspot.com/

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  8. ahhh seu blog tbm está linddo!
    amei o texto, mt lindo.

    to seguindo tb.
    beijoos

    http://hrdoblush.blogspot.com/

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  9. Rooh, muito lindo mesmo
    adoreei!
    de:'Jééh

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